Segundo a
matéria publicada pelo G1, áreas na Amazônia pertencentes a
Unidades de Conservação (UCs) vem sofrendo com o desmatamento provocado pelo
aumento da atividade agropecuária na região. Terras indígenas e quilombolas
também foram afetadas. Mesmo em grandes proporções, as áreas de floresta
amazônica perdidas nas UCs ainda são muito menores do que em áreas não
protegidas, estas últimas sendo equivalente ao tamanho de 262 cidades de
São Paulo.
Através da análise de dados de satélite, é possível ver que não só
na Amazônia mas em todos os biomas brasileiros, há perda de florestas por causa
do cultivo de áreas agrícolas.
Outro ponto importante da reportagem, é o relato de um ex-apicultor residente
próximo à Flona Tapajós, que assegura que as abelhas foram exterminadas devido
a aplicação de agrotóxicos em áreas agricultáveis próximas ao local de sua
moradia. Já publicamos várias postagens sobre o uso indiscriminado de agrotóxicos e suas consequências, como a seleção de pragas mais resistentes, malefícios à saúde humana e principalmente com relação à morte de animais polinizadores, como as abelhas. Várias espécies de culturas de alimentos, como café e cacau, dependem da polinização animal. Além disso, a polinização é um serviço ecossistêmico de regulação que, realizada por muitas espécies como insetos, pássaros e morcegos, favorece a manutenção da produtividade agrícola.
O problema do crescente desmatamento na Amazônia, devido aos
setores madeireiro, minerador e principalmente ao agropecuário, é antigo. A fiscalização
e o combate ao desmatamento acontece de forma precária e ineficaz em nosso
país. Além de vários problemas advindos do desmatamento, é bem provável que
nosso país não cumprirá o Acordo de Paris, que visa a diminuição de gases estufa liberados
na atmosfera, como o gás carbônico. Assim, além de desmatar também contribuímos
para a crise climática mundial.
Danilo Vieira, biólogo, professor, mestre em Ecologia de Biomas Tropicais e consultor ambiental na Vellozia Estratégia e Consultoria Ambiental.
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