Recentemente abordei em outro post no blog (Clique aqui) sobre as vantagens para o produtor rural em seguir a legislação ambiental, e uma dessas vantagens tem a ver com os polinizadores. Na agricultura, cerca de 75% das espécies cultivadas pelo homem são dependentes desses animais e a sua ausência implica em diminuição na produtividade e perdas financeiras para o produtor.
Estudos realizados na Europa e nos Estados Unidos vêm apontando uma redução no número e diversidade de polinizadores em seus territórios, ocasionada pela expansão das lavouras, redução de áreas naturais, poluição, uso de pesticidas, entre outras razões. Eles alertam para os possíveis perigos da redução destes animais.
No Brasil, infelizmente, a realidade não é diferente. A constante expansão da área agrícola, o desmatamento indiscriminado, o regulamentado (vide o novo Código Florestal), a constante fragmentação de habitats e o grande consumo de pesticidas, vêm causando a redução da diversidade e do número de polinizadores. Esse é um dado importante para um país com uma agricultura tão importante em termos econômicos como o Brasil. Somos o quarto maior produtor e o terceiro maior exportador de alimentos do mundo, sendo a agricultura a maior fatia do nosso PIB (Produto Interno Bruto).
É preciso levar isso em conta, tanto o Estado brasileiro quanto o produtor rural, na hora de elaborar as políticas ambientais e de determinar a área de plantio agrícola, planejando-se bem quais áreas de vegetação natural serão suprimidas ou preservadas. Áreas preservadas permitem aos polinizadores encontrarem recursos alimentares, reproduzirem e realizarem a nidificação, os quais garantem a sobrevivência e manutenção da diversidade de polinizadores. Dessa forma, para muitos cultivares há o aumento na sua produtividade.
Portanto é preciso estratégia e planejamento a longo prazo na hora de decidir qual será o cultivar, a área de plantio, quais áreas serão preservadas ou desmatadas, a rotatividade de culturas e o uso ou não de defensores agrícolas, visando a preservação do meio ambiente em conjunto com os ganhos na produção.
Diego D. Dias, biólogo, mestre em ecologia de biomas tropicais e consultor ambiental na Vellozia Estratégia e Consultoria Ambiental.
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