Aquecimento global: até quando você vai continuar fingindo que não é problema seu?

Inúmeros estudos apontam que o aumento em poucos graus na temperatura média global pode provocar muitas catástrofes ambientais (leia mais sobre este tema). Esse aumento, que vem ocorrendo de forma rápida desde o período pré-industrial, vem causando preocupação em cientistas e governos. Dezenas de países vêm alertando sobre o aquecimento global e tentando de alguma forma criarem acordos entre eles para reduzir a emissão de gases que intensificam o efeito estufa (como por exemplo o Cities4Forests e o Acordo de Paris já comentados neste blog). Várias cidades britânicas e o próprio parlamento já declararam emergência climática. O jornal inglês The Guardian está trocando em suas matérias o termo mudança climática para crise climática, termo já utilizado por vários cientistas e que dá uma sensação de urgência. Para o jornal, o termo mudança climática é muito brando e não demonstra a catástrofe que os cientistas estão alertando à humanidade. Então, esta nova terminologia seria mais apropriada no cenário atual.
A ONU afirma que o desmatamento é a 2ª maior causa do aquecimento global, perdendo apenas para a queima de combustíveis fósseis. Como já publicado aqui neste blog, o Brasil continua tendo grande responsabilidade no quesito liberar gás carbônico para a atmosfera, já que, a cada ano, o desmatamento na Amazônia e em outros biomas vem ocorrendo indiscriminadamente. Com isso, é bem possível que nosso país não consiga cumprir os termos do Acordo de Paris, compromisso assinado pelo governo brasileiro em 2016.
Em um recente estudo publicado em maio de 2019 (Existential climate-related security risk: A scenario approach) com relação às mudanças climáticas, cientistas mostram resultados muito mais alarmantes do que os mostrados pelo IPCC (organização científico-política da ONU) em outubro de 2018. A previsão é de que até 2050 a temperatura global aumente 3ºC. Se isso ocorrer, as palavras usadas por eles são catástrofe e caos total, sugerindo que as alterações climáticas podem a curto e médio prazo, mais especificamente até 2050, levar a espécie humana ao colapso. Dentre as consequências desse aumento da temperatura média global, já citados em outra matéria , teremos 1/3 do planeta transformado em deserto; 35% da área terrestre e 55% da população global sujeitos a mais de 20 dias por ano de condições letais de calor; seca e temperaturas extremas junto à falta de água e alimentos, gerando conflitos armados e até uma possível guerra nuclear, entre outros desastres.
Assim, se não tomarmos medidas repentinas e drásticas com relação a emissão de gases que intensificam o efeito estufa, a previsão, como dizem os cientistas, é de um “futuro sombrio”.
Danilo Vieira, biólogo, professor, mestre em Ecologia de Biomas Tropicais e consultor ambiental na Vellozia Estratégia e Consultoria Ambiental.
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